Será o ESG parte da solução


      No dia 22 de maio, comemora-se o Dia Internacional da Biodiversidade. Esta data foi proclamada pelas Nações Unidas em 22 de maio porque foi nesse dia, em 1992, que se adotou o texto final da Convenção da Diversidade Biológica. Todos os anos é eleito um tema para se comemorar esse dia, e o tema desse ano é " Nós somos parte da solução #ForNature".  Em função da pandemia, neste ano, o dia será comemorado de forma virtual.

      Este dia visa alertar a população para a necessidade e importância da conservação da diversidade biológica.  Mas será mesmo que estamos conseguindo conscientizar as pessoas e as empresas sobre a importância da biodiversidade?

      Depois das mudanças climáticas, a perda de biodiversidade é vista como o segundo maior perigo para a população mundial. Quase todas as empresas dependem de alguma forma de recursos fornecidos pela natureza. A perda de espécies naturais coloca em perigo os recursos de todas as empresas. 

      As empresas contam com genes, espécies e serviços ecossistêmicos como insumos essenciais para seus processos de produção e dependem de ecossistemas saudáveis ​​para tratar e dissipar resíduos, manter a qualidade do solo e da água e ajudar a controlar a composição do ar. Várias indústrias como: alimentícia, turismo, automobilística, extrativa, cosméticos e farmacêuticos têm suas atividades em risco pela perda de biodiversidade.

A luz acesa pelo ESG pode frear a perda de diversidade?


     De acordo com o WWF, a cada ano US$ 479 bilhões são perdidos devido à degradação do ecossistema. Apesar do foco dos investimentos ESG ainda estar nas mudanças climáticas, há um número crescente de investidores se concentrando na ameaça separada, mas inter-relacionada, de perda de biodiversidade. E o motivo parece justo pois uma catástrofe natural pode ter enormes consequências econômicas, uma vez que mais da metade do Produto Interno Bruto mundial, algo em torno de US$ 44 trilhões, depende de produtos elaborados a partir de recursos naturais.

     De acordo com uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial, com mais de 800 especialistas e tomadores de decisão, a perda de biodiversidade é considerada o quarto risco global mais provável nos próximos 10 anos e o terceiro mais sério em termos de impacto potencial.

     Quatro instituições francesas (AXA Investment Managers, BNP Paribas Asset Management, Mirova e Sycomore Asset Management) se envolveram na discussão e disseram que "acreditam fortemente que a preservação da biodiversidade do planeta é uma prioridade urgente". O objetivo destas quatro instituições é aumentar a conscientização sobre o problema na comunidade financeira e desenvolver ferramentas para ajudar os investidores a responder à ameaça.

     A preocupação com os critérios ESG pode trazer uma miríade de benefícios, muito mais amplos do que apenas atender aos padrões reconhecidos. A busca pelo aprimoramento dos critérios ESG é um momento ideal para a empresa fazer uma autoavaliação de seu modelo de gestão, de seus processos produtivos, de sua cadeia de fornecimento e das necessidades reais de seus consumidores.  É uma grande oportunidade para que a empresas demonstre que entende sua 'linha de base' de sustentabilidade geral.

     A avaliação das variáveis internas da empresa suscetíveis a uma avaliação ESG permitirá que ela trabalhe no desenvolvimento de uma estratégia para abordar os riscos e oportunidades de negócios, não apenas abordando todos os impactos, mas também trabalhando para obter ganhos ambientais. 

     Isso envolverá consumidores, investidores, financiadores, reguladores e funcionários na busca pela resiliência e gestão ambiental e climática, na otimização da cadeia de suprimentos e na escassez de recursos.  Essas atividades poderão, inclusive, contribuir com a transição de uma economia linear para uma circular.

     A busca por critérios ESG relevantes implica na:

          - criação de estratégias que incorporem questões ambientais e sociais que impactam o negócio da empresa no curto, mas principalmente, no longo prazo;
          - revisão periódica dos impactos e benefícios para demonstrar mudanças e melhorias ao longo do tempo por meio de evidências geradas de forma sistemática e consistente; e
          - tomada melhores decisões em longo prazo e impulsionamento de comportamentos que demonstrarão um ganho líquido ambiental e social.

Estas ações só tendem a contribuir com a preservação da biodiversidade, por isso essa data é tão importante.

 

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